terça-feira, 7 de agosto de 2012

Político, para que te quero!

Nas sequências e consequências da corrupção, o imoral vai se imiscuindo e se legitimando e, falar de ética, de princípios morais, acaba parecendo algo piegas. Mas, dado que ninguém mais aguenta conviver com o resultado da falta de honestidade e respeito, fica o apelo.
Político! Te quero representando o povo na luta pelo bem comum, por justiça, dignidade, respeito; não para seres visto e aplaudido, mas por compreenderes que este é o teu papel, teu compromisso, e que deves cumpri-lo com retidão e seriedade.
Te quero lá na favela, sondando e reconhecendo entre o povo, suas reais necessidades/dificuldades; não para usá-las arbitrariamente, mas para refleti-las e, num segundo momento, buscar meios de amenizá-las.
Te quero nos abrigos de ônibus, na fila do Sus, nas emergências, no cadastro das agências de emprego, nos pontos de tráfico e prostituição, nas brigas entre meninos de rua, nos assaltos, nas prisões; não porque te deseje todos estes males, nenhum mortal seria capaz de tamanho desprezo, mas para que, constatando estas realidades, te empenhes verdadeiramente na construção e elaboração de políticas públicas capazes de proporcionar uma qualidade de vida mais justa e descente para este povo.
Te quero lá no Palácio reivindicando verbas, recursos; não para comprar votos ou favorecer companheiros, mas para aplicar nos setores que precisam de melhorias, de investimentos.
Te quero comprometido com a causa do desemprego, da violência, da dependência química, da falta de caráter, da impunidade; não por demagogia, mas por responsabilidade, porque as pessoas votaram em ti e esperam que honres tua palavra.
"Só por hoje, cada dia, só por hoje", Político, não nos decepciones outra vez!
                                                                                                                                         Sonia Arnold

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Vocação e Missão

      "Vocação é um chamado de Deus à serviço dos irmãos".
    Acredito que todos nós nascemos vocacionados, predestinados para algo em especial, e que em determinado momento de nossas vidas seremos chamados à missão, à responsabilidade. Nossa consciência nos dirá que temos um trabalho a realizar em prol do outro. Mas até que ponto nós estamos em sintonia com esta consciência? Nascemos e crescemos envoltos a tantas ilusões, contradições e dificuldades, corremos tanto, queremos tantas coisas que... mesmo querendo ser fiéis a nós mesmos, ainda assim, muitas vezes não conseguimos ouvir aquela voz interior que nos aponta o caminho certo, a direção a seguir. Se a ouvimos, duvidamos, porque as vozes do mundo nos levam para outras direções, nos mostram outras possibilidades e acabamos, no mínimo confusos.

     A vida conjugal, chama-nos a nos colocarmos a serviço da felicidade um do outro. A maternidade/ paternidade, chama-nos a nos colocarmos a serviço do bem estar e formação de nossos filhos. A medicina, chama-nos a nos colocarmos a serviço da saúde do povo de Deus. O magistério, chama-nos a nos colocarmos a serviço da formação humana... e assim por diante. Mas, como pais, médicos, professores, esposos(as) e etc.: muitas vezes nossa maior preocupação está em nos sentirmos felizes, realizados, recompensados, este mundo em que vivemos nos leva a crer que isto é fundamental.

     Nos pré- ocupamos muito com tudo isto e nos ocupamos pouco com o verdadeiro fundamento da vida: A missão para a qual fomos vocacionados, e que uma vez cumprida, há de nos dar tudo isto em acréscimo.

     Uma vela acessa gasta toda a cera da qual é formada, consome-se, para dar luz ao mundo, doar-se ao mundo. Esta é a sua função/ missão. Se ela tivesse escolha, talvez optasse por  permanecer a serviço de si mesma, e, seguiria  inteira, interessante e inútil.

    Enquanto vivermos de aparências, na superfície da vida, sem coragem de olhar para dentro de nós e assumirmos um compromisso com a vida, seremos como a vela, que optou por viver para si mesma. 

Sonia Arnold